sexta-feira, 29 de maio de 2009

A Primeira Grande Pisada na Bola


Lá estava eu andando pelos corredores da escola como se todos soubessem do ocorrido dias atrás. Sentia-me um rei. Mas na verdade ninguém sabia de nada, eu não era nada ali a não ser mais um pirralho da 5º série. Assim eu pensava. Não sei se foi o Aloísio ou a Mariane, mas alguém contou pra alguém que contou pra alguém e derrepente eu realmente estava andando pelos corredores e um grande número de pessoas parecia saber de algo. Ouvia coisas como “É esse ai? Poxa a Mariane não dá mole mesmo” “Hei quantos anos tem?” e então ouvi algo que realmente me preocupou “Vou contar pro Daniel hein!” O Daniel não dava as caras no colégio há muito tempo, mas sabia que ele ia voltar. Não havia o que fazer se não esperar.
Divertia-me bastante nas aulas de Educação Física mais com o cara do professor do que com a aula, ele parecia o Leôncio do desenho do Pica-pau. O aquecimento era chato. Depois do aquecimento alguns alunos iam jogar vôlei outros futebol e outros basquete. Sempre me chamavam pro basquete acho que por causa do meu tamanho depois de uns minutos viam que eu não era bom. Mal sabiam eles que no futebol eu era pior. O professor observou que eu não era bom e então treinava passes comigo, depois de um tempo aprendi e então começaram a me chamar de novo, mas agora por que eu tinha pegado o jeito. Sempre havia algumas garotas que não faziam nada na Educação Física elas sem dividiam entre assistir os garotos praticar futebol e basquete ou ficar em algum canto com suas coisas rosas falando sobre sei lá o que. Certo dia percebi que aquela garota que entrou atrasada na sala, que usava tranças (a que citei no texto O Primeiro Grande Beijo) estava nos assistindo, não sei o que houve, mas quando fui passar a bola quase quebrei o nariz de um garoto chamado Guilherme, ele gritou:
-Atenção ai Negão! Tira os olhos da Lívia porra!
Lívia. Era esse então o nome dela.
Todo santo recreio ou intervalo como os alunos mais velhos falavam, a Mariane vinha pra minha sala e ficava abraçada comigo. Certo dia ela me perguntou quando íamos fazer. Qual era o problema das pessoas? Ou será que o problema era comigo? Houve certos momentos da minha vida que as pessoas pareciam falar grego. E esse era um deles. Será que todos viram algo que eu não vi, leram algo que eu não li. Ou talvez ocupei toda a parte do meu cérebro que entenderia essas questões com informações sobre quadrinhos animes e filmes. Como eu não respondi nada ela voltou a perguntar:
-Então quando nós vamos fazer?
-O que?
-Você sabe...
-Na verdade eu não sei
Ela me soltou me fitou profundamente como se procurasse por mentiras em minhas palavras e disse:
-Você esta se fazendo de bobo por que? Tem alguma outra garota que você esta olhando por acaso?
-...
Ela foi embora pra sala dela e nunca mais voltou a me procurar. Aloísio apareceu como sempre, e perguntou por onde andava a Mariane, contei-lhe o ocorrido ele me explicou com bastante calma o que a Mariane queria fazer, e então percebi por que as pessoas falavam palavrões e disse:
-Puta que pariu!

6 comentários:

  1. porra! vc deu mole....
    mas aki, essa livia eh a livia???

    hauha

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  2. William,Parabens, você está escrevendo super bem. Estou impressionado em conhecer detalhes da sua vivência que nem me passava pela cabeça. Aguardo os próximos capítulos.
    Abraços,

    Lucas

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  3. vc conta as historias da sua vida super bem. continue escrevendo assim. e eu vo continuar lendo tudo.

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  4. huahuahaha Capitao barbosa! ilario demais
    xD

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  5. Ei Joe!!! To adorando suas histórias!!! agora me diz: é tudo verdade ou são fatos inventados?
    bjo!

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  6. Will...

    Estou muito feliz pela minhas participações nas histórias...

    Apesar de minhas apariçoes não demonstrarem tanto interesse, ressalta exatamente e com precisão, tudo aquilo que vivi no meu colegial...

    Obrigado!

    Mário!

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